A metodologia foi
criada por camponeses da França em 1935 com o objetivo de evitar que os filhos
gastassem a maior parte do dia no caminho de ida e volta para a escola ou que
tivessem que ir morar em centros urbanos para estudar. No Brasil, a iniciativa chegou
com uma missão jesuíta, no Espírito Santo, em 1969. De lá para cá se espalhou e
hoje é reconhecido pelo Ministério da Educação.
Nessas escolas, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
o sistema de ensino deve ser adequado às peculiaridades da vida rural,
assegurando conteúdos e metodologias adaptados aos interesses da população do
campo.
No entanto, essa ainda é
uma realidade distante: faltam recursos financeiros e pedagógicos, professores
especializados e transporte público de qualidade que garanta a frequência dos
estudantes.
1.Princípios a serem contemplados no Currículo
Esse método teve início em 1935 a partir das insatisfações de um pequeno grupo de agricultores franceses com o sistema educacional de seu país, o qual não atendia as especificidades da educação para o meio rural.
Esse método teve início em 1935 a partir das insatisfações de um pequeno grupo de agricultores franceses com o sistema educacional de seu país, o qual não atendia as especificidades da educação para o meio rural.
A Pedagogia de alternância intercala um
período de convivência na sala de aula com outro no campo. O propósito
é diminuir a evasão escolar em áreas rurais. O calendário é flexível,
ocorrem mudanças no currículo e conteúdo, conforme o tempo
de produção no campo, em algumas regiões os alunos permanecem 15 dias na escola
e os outros 15 dias retornam para casa, daí o nome Alternância. A experiência
brasileira com a Pedagogia da Alternância começou em 1969 no estado do Espírito
Santo, onde foram construídas as três primeiras Escolas Famílias Agrícolas. Esta
proposta pedagógica ainda é discutida com pouca ênfase no meio acadêmico. Há
muitos desafios a serem superados, por exemplo: a preparação de professores, as
classes seriadas, alunos migrando para a cidade.
2.Organização dos Tempos e Espaços Recomendados
A pedagogia da Alternância consiste
numa metodologia de organização do ensino escolar com diferentes experiências,
tendo como finalidade uma formação profissional.
A
vida no campo também ensina, é o principio básico da Pedagogia de
Alternância, proposta usada em áreas rurais para mesclar períodos na escola com
outros em casa. Por 30 anos, a receita foi aplicada no Brasil por associações
comunitárias sem o reconhecimento oficial. Agora, o Ministério da Educação não
apenas aceitou a Alternância como também quer vê-la ainda mais disseminada.
Temos projetos das Casas Familiares Rurais (CFRs) e das Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), vinculadas aos sindicatos de trabalhadores rurais, Organizações Não Governamentais (ONGs) e associações comunitárias, e as experiências da Fundação de Desenvolvimento, Educação e Pesquisa da Região Celeiro (FUNDEP) e do Instituto de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária (ITERRA), vinculadas à Via Campesina-Brasil. O objetivo é captar, nas experiências de formação que articulam trabalho-educação feitas por esses movimentos e organizações, as contradições expressas nas práticas/concepções de Pedagogia da Alternância.
3.Objetivo Gerais da Aprendizagem a serem atingidos:
- Buscar a promoção e o desenvolvimento do meio, através da formação de indivíduos que se sintam capazes de encontrar em si e no meio onde vivem motivações e os meios que proporcionem o engajamento em mudanças;
- Proporcionar através de suas atividades educativas um desenvolvimento que dê ao meio uma liderança motivada e devidamente preparada para que possa estimular e orientar em geral o desenvolvimento técnico e em particular o comunitário;
- Privilegiar o ambiente familiar como meio da aprendizagem e ampliação do saber e o ambiente escolar e de trabalho, em sentido restrito, como local de sistematização científica e ponto de partida para organizar pesquisas, alternando momentos de prática com teoria, ação com reflexão;
- Possibilitar a participação das famílias, comunidades, lideranças e instituições no processo educativo da escola;
- Proporcionar um ambiente educativo fundamentado em princípios de responsabilidade, liberdade, participação e cooperação, voltados para o bem comum;
- Respeitar a individualidade do aluno como cidadão, garantindo uma educação para o respeito à sua dignidade, liberdade, cultura e tudo o que possa colocar o seu crescimento nas dimensões pessoal, comunitária, transcendente e ser político;
- Motivar a identificação das várias profissões necessárias ao desenvolvimento sustentável, favorecendo ao aluno uma definição da sua escolha profissional;
- Proporcionar meios para que o aluno adote um posicionamento crítico construtivo e responsável diante da realidade, questionando com respeito e usando o diálogo como meio de resolver conflitos;
- Favorecer condições para que haja aprofundamento sobre a problemática do meio, à manutenção dos hábitos culturais e preservação ambiental;
- Estimular no educando a interpretação da realidade a nível local, estadual e nacional, relacionando-a com o mundo, visando criticar as ideologias de dominação e marginalização deste meio e valorizar a sua cultura.
4.Procedimentos Metodológicos Sugeridos
O plano de estudo é um
instrumento da Pedagogia da Alternância que integra a escola, o trabalho e a
família, tem como princípio metodológico a realidade do campo e a orientação profissional para jovens que vivem no campo.
Os alunos têm as disciplinas regulares
do currículo do Ensino Fundamental e Médio, além de outras voltadas à
agropecuária: Agroecologia,
Produção de mudas, Silvicultura, Legislação Ambiental; Projeto profissional de Vida;
Mecanização Agrícola, Conservação do solo, Fertilização. Quando retornam para
casa, devem desenvolver projetos e aplicar as técnicas que aprenderam em hortas,
pomares e criações.
5.Materiais de ensino e da aprendizagem
O trabalho pratico realizado em casa passa por diversas dificuldades, principalmente a deficiência de equipamentos, os professores muitas vezes precisam trabalhar com disciplinas que não fazem parte de sua formação inicial.
O trabalho pratico realizado em casa passa por diversas dificuldades, principalmente a deficiência de equipamentos, os professores muitas vezes precisam trabalhar com disciplinas que não fazem parte de sua formação inicial.
“No campo, há
problemas na formação de professores, na infraestrutura, no transporte dos
alunos, que ainda é precário em muitas regiões, e mesmo na falta de um material
didático que reflita as especificidades de aprendizagem dos estudantes rurais”,
avalia o diretor de Educação para Diversidade e Cidadania do MEC, Armênio
Schmidt.
No EFA- Escolas Famílias Agrícolas, há o Caderno Didatico que é constituido de um material específico com uma metodologia própria, elaborado a partir do Plano de Estudo para o aprofundamento das disciplinas.
No EFA- Escolas Famílias Agrícolas, há o Caderno Didatico que é constituido de um material específico com uma metodologia própria, elaborado a partir do Plano de Estudo para o aprofundamento das disciplinas.
6.Avaliação
A Escola Família Agrícola por exemplo, desenvolve um programa de avaliação das disciplinas regulares,o aluno é avaliado pelo aproveitamento escolar e pelo o desempenho de suas tarefas práticas.Outro momento importante é no final do ano letivo, onde se realiza uma grande avaliação das linhas gerais de atuação da escola. Avalia-se desde suas atividades pedagógicas, administrativas, relação com entidades, a propriedade agrícola, ambiente educativo, a equipe, e o Plano de Formação, entre outros.A auto-avaliação pelo aluno é uma prática importante para responsabilizá-lo pelo seus processo educativo.O aluno avalia o plano de formação, toda a equipe, o conselho administrativo, a comissão de formação, enfim, ele participa do processo avaliativo de todo o projeto.
A Escola Família Agrícola por exemplo, desenvolve um programa de avaliação das disciplinas regulares,o aluno é avaliado pelo aproveitamento escolar e pelo o desempenho de suas tarefas práticas.Outro momento importante é no final do ano letivo, onde se realiza uma grande avaliação das linhas gerais de atuação da escola. Avalia-se desde suas atividades pedagógicas, administrativas, relação com entidades, a propriedade agrícola, ambiente educativo, a equipe, e o Plano de Formação, entre outros.A auto-avaliação pelo aluno é uma prática importante para responsabilizá-lo pelo seus processo educativo.O aluno avalia o plano de formação, toda a equipe, o conselho administrativo, a comissão de formação, enfim, ele participa do processo avaliativo de todo o projeto.
7.Exemplos de Boas Praticas
Matéria: Alunos da Hermínio Pagotto, em Araraquara, aprendem na sala de aula e
nas plantações.
Tudo começou em 2001, quando as pessoas que ali moravam e trabalhavam se
reuniram para resolver um problema: a escola era estadual e, para ser
municipalizada e receber mais investimentos, os gestores precisavam apresentar
um projeto à secretaria de Educação. Mudanças na forma de ensinar - até então
baseada em livros didáticos e com conteúdos distantes da realidade local - já
estavam nos planos da direção. Para atingir os objetivos, era necessário fazer
a escola rural dar certo. E, no trabalho de aprofundar os conhecimentos e abrir
as portas para a comunidade, nasceu um projeto vitorioso
"Precisávamos fazer com que os alunos percebessem o sentido do
ensino e valorizassem o aprendizado", lembra a diretora, Adriana Maria
Lopes Morales Caravieri. Os indicadores eram preocupantes: a evasão tinha
atingido 15,3%, e a taxa de reprovação, 7,14%.
Pais, alunos, professores, funcionários, lideranças comunitárias,
pesquisadores de universidades e representantes da secretaria de Educação da
cidade, do Incra e do Instituto de Terras do Estado de São Paulo foram chamados
para participar da discussão do projeto pedagógico, batizado de Programa Escola
de Campo, foram chamados O que começou como uma solução para apenas uma escola
acabou virando uma política pública no município de Araraquara, um modelo tão
bem-sucedido que foi adotado pela vizinha Matão.
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